2007-10-01

Meu testamento

Deixo para meus amigos este desenho - em anexo - tão simbólico, que retrata a realidade nua e crua, fazendo com que todos sofram a voracidade do sistema como um todo, no país que todos custam a dar credibilidade, mas que no fundo amamos. O critério de escolha dos amigos fica por conta da imaginação e paciência do querido leitor.
Minha vida sempre foi muito sofrida. Logo quando pequena, os meus "coleguinhas de classe" sentiam a necessidade de me chamar de Girafa; não posso generalizar, mas de fato alguns desses anjinhos eram verdadeiros diabinhos. Mesmo assim amo muito esses meus coleguinhas sapecas de classe, que me acompanharam nessa dura tarefa do jardim 1234. Paralelamente, minha vida continuava árdua e rancorosa em casa, pois aos meus 2 e 7 anos, respectivamente, nasceram Carlos e Daniel, os meus verdadeiros karmas. Esses dois, desde então, tornaram minha humilde e singela vida um inferno, pois tive que abrir mão da atenção dos meus preciosos pais com esses seres de baixo calão.
Mais à frente, entrei na adolescência e - finalmente - começei a me perguntar várias perguntas (no bom sentido da coisa). Com isso, fui me tornando um pessoa mais realista, mais com-vergonha-na-cara, mais tímida e mais angustiada. Tudo isso me tornou o que sou hoje.
Não quero ser enterrada. Quando morrer eu quero voar. Voar tão, tão alto que passe dos pássaros e aviões. Que passe das nuvens e atmosfera. Que passe de todos os planetas e estrelas. E quando eu finalmente passar de tudo, por favor me avisem.