2008-04-19

Existia um homem muito, muito egocêntrico. O mais egocêntrico de todos, na verdade.
Ele, coitado, recusava-se a fazer qualquer ação que proporcionasse prazer a outrem
Sim, acreditem
Não existia um homenzinho se quer que conseguisse lhe superar
Não pensava duas vezes antes de pisar em cima de alguém
Era sempre o mais rápido, o mais corajoso, o mais mentiroso
Enfim, o mais individual possível.
O calor não o impedia, nada o derrotava
Sua gana crescia assustadoramente e o seu poder também
Sua superioridade era inigualável!
Todos sentiam-se submissos, infelizes e derrotados perto dele.
E, assim, ele foi crescendo, de centímetro em centímetro, sem parar
Nada o impedia, ele tinha de ser o maior, e o único
Paralelamente, continuava com sua heróica tarefa de não ceder um simples prazer sequer.
E seu ego foi crescendo, junto com sua altura
Ficou do tamanho de uma montanha
Mas esse senhor queria mais
Sim, mais e mais.
E, insaciável que era, conseguiu ficar do tamanho do mundo
Ficou feliz, deu uma risada
Ele, agora, era tudo, era alegre, era único.

Olhando para baixo, viu todos, todos pareciam formigas, estavam olhando para ele
Todos com um sorriso.
Como? Um sorriso??
A agradável sombra que ele projetara pelo mundo foi suficiente para isso.
Afinal, ninguém é perfeito, Senhor tudo
E o calor... ah, esse tava de lascar...