2008-09-23

Por que existem pessoas com medo de outras pessoas?

#sem violência, horror e drama. só pensamentos chulos, ok?

A modernidade induz à socialização. A contemporaneidade prega a banalização. Na junção desses dois, forma-se o efusivo, o "demais da conta". Aproximadamente 60% da população segue este bendito estilo de vida. As fofocas, o bate-estaca, os gritinhos, batons berrantes, o barulho do escape, as futilidades, a estética, músculos, cabeças bitoladas, enfim, o Brasil do ano dois mil e bolinhas traz à tona a calamidade que se instala em cada short tamanho 36 grudado em bundinhas estilo 42.

E não é difícil ver a facilidade de tornar-se um desses. Basta ter amigos bitolados, família passiva e um site que baixe qualquer tipo, friso: qualquer tipo, de música MP3. Junte-se a isso algumas roupas apertadas ou minúsculas e um alfabeto um tanto quanto preguiçoso - no naipe "concertesa". Assim, pode-se dizer: sim, é por isso que tantas pessoas tem medo de outras pessoas. Mas seria muita pretensão de minha parte achar que apenas esses detalhes aparentemente superficiais causariam tal discórdia, afinal, conheço pessoas assim que são, ao menos, legais (e que me cumprimentam quase pulando em meus braços, sem contar nos gritinhos de efusividade).

A repulsa abrange também os que se sentem no direito de se auto-promover, mesmo muitos não dando conta disso, e fazem o cérebro do próximo ficar cheios de pulgas atrás da orelha, como "Será também me comporto assim socialmente?" ou "Por que fulano não se enxerga?!". Pessoas que se auto-promovem, egoístas de nascença, não têm um pingo de medo de outras pessoas - nem de vergonha na cara - e se juntam aos que necessitam de 15 minutos de fama, aos que adoram intriguinhas, fuxicos, surubas e afins.

Por fim, o tão falado distanciamento leva terror aos olhos de quem - não sendo efusivo, auto-promovedor, e playboy/piriguete - quer ter amigos saudáveis mentalmente, pois estes supostos amigos saudáveis estão igualmente aterrorizados e não abrem mão de ficarem super chateados porque alguém ousou sentar ao seu lado no ônibus (não importando quem seja este alguém). O distanciamento dos 40% com os 60% acabou contagiando todo o lado não-efusivo deste país ensolarado, tornando-os solitários, chatos e altamente cults em excesso. Temos aqui um impasse: ser a cabeça de vento mais popular do bairro ou ser o maior nerd anti-social com cara de quem comeu e não gostou?

Sinceramente, prefiro tentar me enquadrar nos 0% restantes desta lindíssima e totalmente inútil pesquisa de mi mente.